21 de Janeiro - Dia Mundial da Religião


Desde o ano de 1949, o dia 21 de janeiro é dedicado à comemoração do Dia Mundial da Religião. Essa data foi proposta em 1949 por uma Assembleia Espiritual Nacionalda Comunidade Bahá'i, ou Fé Bahá'i, uma religião fundada no século XIX por Bahá'u'lláh, um líder religioso persa nascido em 1817 e morto em 1892. Bahá'u'lláh considerava-se um sucessor da linhagem dos grandes profetas das religiões mundiais, como Abraão, Moisés, Krishna, Zaratustra, Buda, Jesus Cristo e Maomé. Ele seria uma espécie de “prometido” para o cumprimento das profecias feitas pelas religiões mundiais. A Fé Bahá'i, após a morte de Bahá'u'lláh, passou a se estruturar a partir dessa premissa.
A principal forma de organização da comunidade bahá'i são as assembleias locais e nacionais, que estão espalhadas por todo o mundo, inclusive pelo Brasil. Entre nós, os bahá'i começaram a se organizar em 1921 com a chegada de Leonora Holsapple, membro da comunidade bahá'i americana, na cidade de Salvador, Bahia.
Os bahá'i acreditam que, com um Dia Mundial da Religião, dedicado a se pensar a harmonia entre as religiões mundiais, o mundo pode meditar sobre um futuro livre do preconceito, da discriminação e da intolerância religiosa. Esse tipo de ecumenismo baseia-se no pressuposto de que há elementos em comum entre todas as religiões que apontam para o pacifismo e busca por convivência harmoniosa.
Ocorre que esse tipo de universalização das particularidades religiosas, em grande parte, fere os pressupostos salvacionistas de cada religião em particular. O cristianismo, por exemplo, prega a conversão de todos à sua fé; o islamismo exige do fiel a sua submissão, e por aí vai. Sendo assim, o anseio por um universalismo religioso pode comprometer as especificidades culturais e tradicionais de cada religião.
Além disso, o ecumenismo pretendido pelos bahá'i aproxima-se também, segundo alguns autores, de projetos globalistas, como os da ONU, que, a despeito de seus méritos em muitas instâncias, podem acabar subvertendo as tradições particulares. Um exemplo de crítica a esses projetos de “Religião Mundial” pode ser constatado na obra do americano Lee Penn, intitulada False Dawn: the united religions initiative, globalismo, and the quest for a one-world religion*.
Entretanto, o Dia Mundial da Religião, a despeito das discussões sobre esse tema, pode ser uma grande oportunidade para se meditar e se discutir a respeito da situação das tradições religiosas no mundo globalizado.
* Em tradução livre: “Falso alvorecer: a iniciativa das religiões unidas, o globalismo e a busca por uma única religião mundial.”. Este livro de Lee Penn foi publicado pela editora Sophia Perennis, em 2004, na cidade de Hillsdale, NY, USA.

Por Me. Cláudio Fernandes
Equipe EducaJovem